Notícias
Dessalinização: Após 24 anos bebendo água salgada, dona Maria Lianda vai tomar água doce
Dona Maria dos Santos Rodrigues, 69, é uma das 35 famílias de agricultores beneficiárias do Sistema de Dessalinização do programa PB Rural Sustentável do Projeto Cooperar do Estado da Paraíba. Ela participou, recentemente, da oficina para elaboração do Regimento Interno (Acordo de Gestão Compartilhada) e Eleição da Comissão de Gestão da Água (Grupo Gestor) e Operador, na Comunidade Assentamento Monsenhor Luigi Pescarmona, do município de Alagoa Grande.
Maria Lianda, como é mais conhecida na comunidade, disse que apesar das doenças, que tem: diabetes, labirintite e osteoporose, e mesmo andando com dificuldades e com o máximo de cuidados, faz questão de dizer que se levanta nos primeiros cantarejar dos galos, antes do amanhecer. Todo dia nesse horário ela e o marido José Antônio Rodrigues vão para o roçado cuidar da plantação, do gado e das galinhas. Eles plantam milho, feijão, fava, macaxeira, inhame, batata, além de palma e capim para os animais.
Ela disse estar ainda com o “pé atrás”, com o funcionamento do dessalinizador, mas confiante de que depois de 24 anos vai poder tomar água doce e de qualidade com sua família na própria comunidade. “Eu só acredito quando tomar um cole de água dessa máquina para saber se ela é doce de verdade. Mesmo assim quero agradecer ao governador João Azevêdo, que tem olhado e cuidado para o homem do campo e ao Projeto Cooperar pelo benefício. O bom é que não vamos mais andar léguas para ir buscar água”, comparou Dona Maria Lianda.
“A gente percorria entre oito e 12 quilômetros para ir buscar água para beber, no Sítio Malhada e outras vezes na Fazenda Alvorada, que ficava mais distante. Era quase o dia inteiro para pegar uma latinha d’água naquela distância. Um verdadeiro sofrimento que só veio passar depois que foi construída cisternas na região, onde tenho duas cisternas, dois tanques e duas caixas de dois mil litros, que são abastecidos pelo carro pipa. Dessa água bebemos, danos para os animais e aguamos a roça”, argumentou dona Maria.
Antes ela morava no Sítio Barros, mas há 24 anos reside nessa comunidade, junto com seus sete filhos. Quatro nasceram no Sítio Barros e três no Assentamento Monsenhor Luigi Pescarmona. Eles são casados e lhes deram 13 netos e cinco bisnetos.